Arapoti – Os vereadores aprovaram em 1º turno nesta quarta-feira, 15, o Projeto de Lei 2146/20, que institui o dia 26 de abril como Dia Municipal do Tropeiro e a última semana do mês de abril como Semana do Tropeiro em Arapoti. O Projeto acompanha a Lei Estadual 14.356 (alterada pela Lei 19.992).
A proposta é do vereador Divair da Silva (PV) e tem o objetivo de resgatar a cultura e a importância histórica do tropeirismo no município com a realização de atividades e eventos voltados ao tema. “Cinco dos seis grupos étnicos que deram origem ao município de Arapoti – holandês, espanhol, polonês, indígena e negro, já tem no calendário oficial do município datas comemorativas. Agora também teremos um dia especial voltado ao tropeiro”, justificou o autor do projeto.

Um pouco de história
O município de Arapoti faz parte da Rota dos Tropeiros do Paraná, com a Fazenda Boa Vista, que fica a 32 km da cidade, na Rodovia PR 239. A fazenda que guarda em sua história fragmentos históricos da escravatura, também foi ponto de pouso para as tropas alimentarem seus animais e descansar antes de seguir viagem.
O dia 26 de abril foi escolhido em referência ao padre jesuíta, de origem boliviana, Cristóbal de Mendoza Orellana, que trabalhou nas missões sul-americanas no século XVII e morreu em 1635. Ele é considerado o responsável pela introdução do gado bovino e cavalos no Brasil.

Algumas famílias arapotienses têm sua origem ligada ao tropeirismo. Na justificativa do Projeto, o vereador Divair cita o tropeiro Antônio Joaquim da Silva, ‘um bugre, da nação guarani, que se perdeu de sua tribo e se desgarrou do grupo quando tinha quatro anos’. Antônio foi encontrado em Cruz Alta (RS), por José Bertussi, que o criou. Tornou-se tropeiro, e viajava do Rio Grande do Sul para Sorocaba(SP) puxando mulas para vender. Em Arapoti, comprou uma fazenda de sete mil alqueires, que começava no Rio das Cinzas, passava o Rio Arrozal, seguia até o KM 40, e descia pelo Rio Redomona, o que hoje é o Horto São Nicolau. Sua família é conhecida até hoje em Arapoti como Família Romão. Um dos seus descendentes diretos é João Antônio da Silva, conhecido por Jango Romão, de 94 anos.
Outro cidadão arapotiense que foi tropeiro é Clarindo Silveira dos Santos, o Gauchinho, de 96 anos, que formou família no município. Gauchinho nasceu em Santo Angêlo (RS), em 1924. Começou na atividade tropeira com 10 anos, 1934, profissão que atuou por 30 anos. Veio para Arapoti de São Miguel do Iguaçu (PR), em 1980, quando ocorreu a inundação do Lago de Itaipu. Gauchinho conta que viajavam vendendo mulas em percursos que duravam 3 a 4 meses. “Chegávamos a dormir em cemitérios, por causa de chuvas”, contou. Um dos lugares de pouso em Jaguariaíva era a Fazendo de Pedro Mendes, onde lhes davam ‘pouso sem cobrar nada’.
Severiano
Severiano é o nome escolhido por um Concurso Cultural, realizado pela Prefeitura em parceria com a Câmara Municipal, para o mascote Troperio do município. Severiano representa toda um herança cultural que faz parte de nossas vidas, presente na comida e no vocabulário. A valorização da cultura tropeira é essencial para manter vivas as tradições e cultivar as raízes dos nossos antepassados. #Severianotropeiro #tropeirismo
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