terça-feira, março 19, 2024
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Ex-presidente registra memória dos primeiros anos da CAPAL

Arapoti – Um resgate dos primeiros anos e das principais dificuldades enfrentadas na Capal Cooperativa Agroindustrial: assim podemos citar o livro “Os primeiros anos – de eerste jaren”.

Escrito pelo sr. Lucas Salomons, com base na sua experiência, o livro é apresentado em holandês e em português e é uma forma de mostrar o real cenário, duro e desgastante, vivido pelos pioneiros da cooperativa. O autor afirma que escreve “para que sejam registradas como parte da história”.

Lucas Salomons e a esposa Anje. Foto: Divulgação/PG1

Sr. Lucas foi presidente da CAPAL entre 1974 e 1983 e, neste período, presenciou a primeira forte crise econômica, perante a qual foi desacreditada a continuação do trabalho dos imigrantes holandeses em Arapoti. Na época, muitas famílias deixaram a cidade e voltaram para a Holanda, considerando que a empreitada havia fracassado.

“O motivo da emigração pós-guerra foi que a Holanda emergiu empobrecida da guerra e que também não havia mais terra disponível para novos produtores. O motivo da opção pelo Brasil foi, em grande parte, a autorização do governo holandês para que os emigrantes pudessem levar seu capital”, relata logo no início da publicação.

Carambeí e Castro, na região paranaense dos Campos Gerais, já tinham suas colônias holandesas formadas e enxergavam na pecuária a única maneira de garantir o futuro. Segundo o autor, a exigência era de se formar uma nova colônia mais afastada das primeiras, a fim de buscar mais desenvolvimento agrícola. A primeira propriedade adquirida foi a Fazenda Bela Manhã, com 5.400 hectares.

Os imigrantes receberam duras críticas das outras colônias pela distância das instalações: “como realizar o transporte da produção em estradas tão ruins?”. “Mas de repente veio uma solução! O plano seria fazer de Arapoti, também nos Campos Gerais, uma comunidade agrícola e não de pecuária de leite”.

Lucas e Anje com filho Albert Salomons. Foto: Divulgação/PG1

Os relatos contam que, nos anos seguintes, os produtores começaram a comprar terras e expandir a sua produção. A cooperativa também adquiriu áreas para depois revender para os cooperados, e assim a extensão foi aumentando e logo veio um desenvolvimento maior das lavouras com a vinda dos primeiros agrônomos.

Em 1971, os imigrantes receberam uma dura crítica de um dos agrônomos: “Ele sugeriu ao presidente da Capal, sr. Kool, acabar com a colonização em Arapoti. Dizia que não iria dar certo. Mas o sr. Kool respondeu: pode falar o que quiser, mas nós vamos continuar”. Pelo que sabemos, este pensamento negativo era também de outras pessoas, mas felizmente percebemos que a perseverança e a dedicação dos pioneiros tiveram ótimos frutos, refletindo na realidade atual, um forte crescimento em área e na difusão de técnicas agropecuárias.

Dificuldades
No primeiro ano, as dificuldades não são relatadas no livro, mas foram muitas, chegando a causar a desistência de alguns membros da primeira diretoria. Além das questões financeiras, o fornecimento de água e energia também são citados como grandes problemas, e aos poucos foram sendo solucionados, sempre com trabalho em conjunto e já contando com o apoio dos brasileiros que moravam na cidade.

O livro discorre sobre outras situações que fizeram os primeiros cooperados repensarem a permanência em Arapoti, porém, encerra com a lembrança da comemoração dos 25 anos da colonização e da cooperativa. “Em 1985, pudemos celebrar o nosso 25° aniversário, com a sensação de que nossa colonização e, principalmente, a cooperativa, haviam se transformado em algo bom e saudável. Muito diferente do que era na década de 1960. Podemos comemorar isso, antes de tudo com alegria e gratidão a Deus, que não negou suas bênçãos. Mas também graças aos “que ficaram”, aos que não foram embora, mas permaneceram apesar das muitas dificuldades, e fizeram todo o possível para construir a nossa comunidade”.

Acervo
Sr. Lucas e a esposa Anje mantêm em sua propriedade, na segunda lomba, um acervo com vários itens históricos. O principal é a frota de tratores e máquinas agrícolas, que, por si, já contam uma história. Mas, além disso, são objetos e fotos que retratam cada década de vida da CAPAL, da cidade de Arapoti e da colônia. O museu particular é aberto para visitação mediante agendamento. Você pode obter mais informações no setor de Comunicação ou na Secretaria da CAPAL em Arapoti.

PG1 Comunicação

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